A procrastinação e a gestão do tempo são duas coisas fortemente associadas, mas não se pode reduzir uma a outra. Uma pessoa que sabe gerenciar muito bem o seu tempo pode ainda assim sofrer de procrastinação, assim como uma pessoa que nada procrastina pode não ter sistema algum de gerenciamento do tempo.
Essas duas coisas se relacionam com as tarefas que nós devemos ou queremos fazer, mas de formas diferentes: a procrastinação se dá por uma série de fatores: impulsividade, confusão e ansiedade. Por outro lado, um sistema de gestão do tempo ruim, ou a total ausência de um tal sistema, pode resultar em procrastinação, mas também em outros problemas: maior estresse, ansiedade, confusão e esquecimento.
Gestão do tempo
A gestão do tempo consiste em uma série de práticas de organização de tarefas e do ambiente ao nosso redor. O objetivo de um bom sistema desses é te fornecer um panorama geral do seu momento, a curto e a longo prazo: o que você tem que hoje? Quais são seus compromissos para a semana? O que você precisa fazer para realizar esses compromissos? Quais são suas metas de longo prazo? O que você pode cumprir hoje para te aproximar desses objetivos?
O que isso pode nos proporcionar é clareza. A ausência de um sistema desses pode nos deixar confusos, sem saber se estamos esquecendo de algo. Pode ser que esqueçamos das coisas que temos que fazer, pode ser até que não saibamos quais são as coisas que temos que cumprir.
Uma pessoa que não tem um sistema de gestão do tempo não necessariamente procrastina. A procrastinação está associada à evitação de tarefas, e há pessoas extremamente proativas que pouco ou quase nada evitam. Ainda assim, quando atarefadas, essas pessoas podem se sentir sobrecarregadas, pois acabam tendo que lembrar de muita coisa, e aí “a mente não para”.
Procrastinação
A procrastinação, por outro lado, está associada a sentimentos negativos, que nos levam à evitação da tarefa. Quando não queremos fazer algo – pode ser porque é chato, porque é demorado, trabalhoso; pode ser porque é fácil demais; pode ser porque é difícil e nos causa ansiedade – nós acabamos adiando. O problema é que a longo (ou até mesmo curto) prazo esse adiamento só nos faz mal. Procrastinamos para evitar a ansiedade que uma tarefa nos causa, e depois de procrastinar nós nos sentimos ainda mais ansiosos.
Mas por que é que fazemos isso? Isso pode ter a ver com características intrínsecas da tarefa ou com nossas motivações internas. Pode haver ainda uma barreira afetiva nos separa desses afazeres, ou pode ser que a tarefa ainda não esteja exatamente clara para nós. Muitos são os fatores, e assim não é justo dizer que a procrastinação acontece por conta de “simples preguiça”.
Utilizando estratégias pautadas na Psicologia Cognitiva é possível elaborar formas de superar a procrastinação. Com o auxílio de técnicas de gestão do tempo, podemos obter maior clareza a respeito do que é podemos ou precisamos fazer. Às vezes, entretanto, essas coisas não são questão de organização dos pensamentos e do meio ao nosso redor. Em tais casos, é necessário investigação psicoterapêutica dos afetos envolvidos.